AACD busca portadores de lúpus para pesquisa com um remédio novo
AACD busca portadores de lúpus para pesquisa
com um remédio novo
O estudo avaliará a eficácia de um medicamento imunobiológico
de aplicação subcutânea. Será feito ao mesmo tempo nos Estados
Unidos e no Brasil, com o objetivo de conseguir a aprovação dos
organismos oficiais para uso clínico. Podem se inscrever pessoas
maiores de 18 anos que se tratam de lúpus eritematoso sistêmico
com os remédios tradicionais e não venham tendo bons resultados.
de aplicação subcutânea. Será feito ao mesmo tempo nos Estados
Unidos e no Brasil, com o objetivo de conseguir a aprovação dos
organismos oficiais para uso clínico. Podem se inscrever pessoas
maiores de 18 anos que se tratam de lúpus eritematoso sistêmico
com os remédios tradicionais e não venham tendo bons resultados.
por Morton A. Scheinberbg*
A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD),
de São Paulo, seleciona portadores de lúpus eritematoso sistêmico
para participar de uma pesquisa sobre a eficácia de novo tipo de
medicamento imunobiológico, o subcutâneo, ou seja, que é aplicado
sob a pele. Medicamentos imunobiológicos de aplicação
endovenosa, é preciso destacar, já tinham sido aprovados nos Estados
Unidos e no Brasil e vinham sendo usados no tratamento da doença, fazia
alguns anos, com bons resultados. Agora se criou uma variedade de
aplicação subcutânea. A vantagem dos medicamentos imunobiológicos
sobre os usados tradicionalmente no tratamento do lúpus -
anti-inflamatórios, antimaláricos, derivados de cortisona e imunossupressores -
é que interferem só na produção de anticorpos pelo organismo, o que é
chamado terapia-alvo,e provocam menos efeitos colaterais.
As pesquisas sobre a eficácia do novo remédio durarão 12 meses.
Objetivam conseguir sua aprovação pelos organismos oficiais de
saúde para uso clínico. Estão sendo feitas nos Estados Unidos e
no Brasil. Aqui, são coordenadas e desenvolvidas pelo Hospital
Roberto de Abreu Sodré, da AACD, em conjunto com os serviços
de Reumatologia do Hospital dos Servidores e do Heliópolis, na
capital paulista; da Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro;
do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica, e do
Hospital das Clínicas, de Porto Alegre (RS); do Hospital Geral de
Goiânia (GO); do Hospital Universitário de Juiz de Fora (MG);
da Santa Casa de Salvador (BA); da Pontifícia Universidade Católica
e da Clínica Médica Bonfiglioli, de Campinas (SP).
Podem participar do estudo pessoas de todo o País maiores de 18 anos,
de ambos os sexos, que se tratam de lúpus eritematoso sistêmico da
forma tradicional e não conseguem bons resultados. Terão de comparecer
uma vez por mês ao local para o qual se inscreverem para passar por
avaliação e tomar o remédio. Por isso, o ideal é que se inscrevam na
instituição da cidade onde moram ou na da cidade mais próxima.
Interessados podem obter informações e se inscrever pelo e-mail vbrasileiro@aacd.org.br ou
pelos telefones (011) 5576-0922 e 5576-0788.
O lúpus, vale relembrar, é uma doença autoimune, ou seja, em que
o organismo produz substâncias que atacam tecidos e órgãos dele
mesmo.
Há dois tipos: o eritematoso, que ataca só a pele, e o sistêmico, que
ataca órgãos importantes como articulações, rins, coração, sistema
nervoso central e células do sangue. Pode manifestar-se em crianças
e adultos jovens.
É mais comum na mulher. Manifesta-se em 0,1% a 0,3% da
população. Calcula-se que haja 10 milhões de portadores no planeta,
dos quais 500000 a 600000 no Brasil.
Os sintomas da doença são: lesões de pele; dores articulares e inflamação sobretudo dos punhos e das articulações das mãos; mal-estar; e queda de cabelo.
O ideal é procurar um bom clínico geral ou um reumatologista à
primeira indicação e se tratar. Com isso, o portador pode evitar tanto
problemas graves, como a falência dos rins, quanto a morte por
insuficiência cardíaca devido à inflamação do pericárdio, membrana
que envolve externamente o coração.
* Morton A. Scheinberg, pesquisador de doenças autoimunes na
capital paulista, é PhD em Medicina pela Universidade de Boston,
nos Estados Unidos, professor livre-docente de Imunologia na
Universidade de São Paulo, diretor do Centro de Pesquisas Clínicas
do Hospital Roberto de Abreu Sodré, da AACD, e médico clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein. E-mail: morton@osite.com.br
Comentários